2014-08-01

Por uma política europeia de educação ao cinema - As boas práticas europeias que poderiam fazer escola - 2. Os Filhos de Lumière

Por uma política europeia
de educação ao cinema 

Junho de 2014

As boas práticas europeias que poderiam fazer escola

2- Na Europa, fora do tempo escolar escolar - A associação Os Filhos de Lumière em Lisboa

A associação Os Filhos de Lumière foi criada em 2000 por um grupo de cineastas portugueses, que quiseram desenvolver actividades de educação ao cinema, insistindo sobre a dimensão sensível da arte. A associação dirige-se a todos e procura iniciar as crianças, desde a idade dos 6 anos até aos que estão a terminar a escola. É preciso sublinhar a dinâmica e inteligência das acções que desenvolve, que podem nomeadamente compensar a escassez de acções públicas no domínio da educação ao cinema. Os Ministérios públicos portugueses foram, por causa de uma situação económica difícil, obrigados a limitar certos programas.

Os Filhos de Lumière propõe, fora do contexto escolar, um grande número de oficinas destinados a todos :

- às crianças e adolescentes : o programa O Primeiro Olhar, criado em 2001, que permite aos jovens realizar uma curta metragem, documentário ou ficção, sobre o que as rodeia : a sua cidade ou o seu bairro. Este atelier é uma forma de transmitir ao mesmo tempo noções teóricas e práticas. As realizações são depois projectadas em grand écran, nos espaços parceiros da associação.
       
- aos adultos, professores e educadores : o programa Filmar, igualmente criado em 2001, toma  a forma de discussões e análise de filmes chave da história do cinema e depois a realização de curtas metragens.

- aos  jovens estudantes de teatro e cinema : o programa Acção permite de se familiarizar e utilizar uma câmara.

A associação Os Filhos de Lumière faz igualmente parte, desde 2006 do projecto lançado pela Cinemateca francesa, Le Cinéma, cent ans de jeunesse (O Cinema, cem anos de juventude) ; e desde 2012, no intercâmbio cultural Comenius que associa as escolas da Moita em Portugal á escola de Bordils na Catalunha em Espanha.

Enfim, a associação Os Filhos de Lumière iniciou em 2013, um programa no contexto escolar. Apesar dos esforços dos poderes públicos, as projecções no período escolar e em sala de cinema não são financiadas. A associação assegura desde 2012 o programa  A Escola no Cinema  similar ao programa francês "École et Cinema". Um filme é apresentado em sala em cada trimestre, depois trabalhado na escola : os filmes de Yasujiro Ozu, Ohayo, Manoel de Oliveira, Aniki Bóbó, e Jacques Demy Les Demoiselles de Rochefort fazem parte do programa.

A associação Os Filhos de Lumière, pela qualidade do seu programa e o seu dinamismo, faz prova de uma grande eficácia, propondo acções complementares fora do tempo escolar e durante o tempo escolar e participando em projectos de dimensão extra-nacional.